Entrevista Exclusivo

Entrevista com milet

31/05/2024 2024-05-31 01:00:00 JaME Autor: LuCioLe Tradução: Philkun, Nana Revisão: Marcela

Entrevista com milet

milet conversou conosco em Paris sobre sua parceria com a MAN WITH A MISSION, seu envolvimentos com os animes, sua carreira e o desejo de conhecer os fãs internacionais. Confira!


© @Olivier.Borde

Em 24 de fevereiro, aconteceu a sessão especial de "Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba - To The Hashira Training" no UGC Normandie em Paris. Para a ocasião, a Crunchyroll e a Aniplex organizaram um evento que encantou todos os fãs do anime, pois para essa exibição havia três convidados excepcionais: Natsuki Hanae, a voz japonesa de Tanjiro, o produtor Yuma Takahashi e a cantora milet. Após uma sessão de perguntas e respostas com os dois primeiros convidados, milet ofereceu ao público uma apresentação mágica interpretando Koi Kogare e Kizuna no Kiseki, nos dando um vislumbre de seus talentos como cantora e também nos deixando ansiosos para vê-la em um verdadeiro show!

Tivemos a oportunidade de entrevistar milet um pouco antes desta noite excepcional.

Por que a escolha de cantar principalmente em inglês? Foi a sua adolescência no Canadá que influenciou a sua música?

milet: No Canadá, eu não falava inglês mesmo estudando; não conseguia me comunicar bem e fazer amigos. Quando voltei ao Japão, estudei inglês novamente e, como gostava de música ocidental, comecei a reter as sonoridades ocidentais ouvindo música e tentando cantá-las.

Pode nos contar sobre a sua parceria com a MAN WITH A MISSION nas músicas Kizuna no Kiseki e Koi Kogare para o anime "Demon Slayer", pelo qual você está atualmente em Paris? Tem alguma história específica para nos contar sobre a gravação dos clipes ou o trabalho no estúdio?

milet: Foi reconfortante e um grande prazer trabalhar novamente com a MAN WITH A MISSION. Eu sou um pouco parte da família; sou como a irmãzinha deles. Eles estão lá para me apoiar e me impulsionar. Já temos vínculos ("Kizuna" em japonês), por isso Kizuna no Kiseki (o milagre dos laços) é uma música com a qual posso me envolver emocionalmente porque corresponde ao que vivi com eles.

Como você garante que a sua música complemente a história e os personagens do anime?

milet: Primeiro leio o manuscrito, o mangá ou o roteiro. Leio e releio sem parar, a ponto de conhecer melhor do que ninguém cada detalhe. A partir daí, eu entro de cabeça no tema original para alcançar um nível máximo de "fanart". Com essa confiança em mim mesma e com as músicas que me são confiadas, sou livre para cantar do meu jeito e sem saber onde isso vai dar, expandindo essa obra de arte para o maior número possível de pessoas e apresentando-a em seus melhores aspectos, adicionando o meu toque pessoal através do canto.

Você trabalhou em muitas músicas de animes. Qual abordagem você adota para criar uma música que harmonize com uma obra visual e se mantenha como uma peça musical independente?

milet: É muito difícil. Os animes precisam se transformar em músicas de anime para mim, então primeiro busco o significado dessa canção. Com o meu jeito de cantar, com as palavras que escolho, a maneira como vivo, minha visão da morte etc., tenho essa abordagem, independentemente das músicas. Nenhuma mentira é possível com o peso da minha visão como artista, qualquer que seja a relação que imagino.

Qual é a sua visão sobre o futuro da música na animação? Você vê tendências emergentes que podem influenciar o seu trabalho ou a cena musical como um todo?

milet: Quando eu era criança, as músicas de animes, "anisong", eram compostas para cantores de animes. Agora, com pessoas como eu, que somos mais do J-pop, cantamos mais para o público em geral do que apenas para os fãs de anisongs. Eu também já fui fanática, uma "aniota" (fã de músicas de animes, "anime-otaku"), gostava das músicas dos "seiyuu" (dubladores japoneses). Agora, vendo as obras, buscando uma forma de expressão que mais se aproxime disso do meu jeito e com as minhas experiências, canto essas músicas para renovar o charme do gênero das anisongs. A tendência atual do J-pop também é o advento das redes sociais, que fazem a canção se tornar muito popular. Mas as músicas às vezes são mais acessórios, efeitos de moda, como as usadas no TikTok. Por isso, contra essa corrente, como outros artistas, eu tento prestar atenção às mensagens escolhidas e aos temas abordados. Ainda há artistas que tentam se destacar dando atenção ao que propõem, escolhendo palavras, escolhendo sons, pois cada nota é importante.

Como você descreveria a evolução da sua música desde a sua estreia até agora? Existe um álbum ou uma música que marque um ponto de virada na sua carreira?

milet: Estou conseguindo ser cada vez mais honesta comigo mesma e com a minha música, no sentido de que não canto apenas para o público, mas também para mim. No ano passado, lancei um álbum, 5am, que é uma homenagem à minha família, a mim e à minha mãe.

Você lançou recentemente o EP Anytime Anywhere e também gravou vários clipes. Pode nos falar sobre essa experiência?

milet: Foi um projeto no qual pude trabalhar do zero até o storyboard do vídeo do encerramento de "Frieren". Naquele momento, pude mostrar a minha filosofia de vida e morte, além dos aspectos budistas da reencarnação. Isso também está presente na trama desse anime. Pude colocar tudo isso em cena. Foi uma experiência muito enriquecedora.


Inside you é uma música muito apreciada pelos seus fãs por sua profundidade emocional. Pode nos falar sobre a inspiração por trás dessa música e o que ela representa para você?

milet: Foi a primeira música que escrevi antes de iniciar a minha carreira musical. Naquela época, eu não tinha público e não sabia quem ouviria. Então, está mais para uma música que escrevi para mim. Foi para colocar em canção uma emoção um pouco estranha, o extraordinário, uma situação que já aconteceu apesar de acharmos que nunca aconteceria. Essa emoção na música talvez tenha marcado as pessoas de fato.

Suas performances no "The First Take" fizeram muito sucesso na internet. Você estaria disposta a repetir a experiência?

milet: O "The First Take" é um projeto muito interessante, que consiste em gravar de uma vez só. É bem diferente cantar assim diante de uma parede branca, enfrentando nossas próprias palavras, nossos próprios sons. Me vi frente a frente com as minhas músicas e redescobri certos aspectos delas. É um projeto muito bom e uma boa experiência que exige precisão.

Como você lida com seu sucesso crescente?

milet: Leva tempo, mas ao mesmo tempo é enriquecedor. Quando a sua popularidade cresce, você pode conhecer outras pessoas, trabalhar em novas obras e colaborar com outros artistas que são muito interessantes. O sucesso amplia o seu mundo, mas também te obriga a melhorar, a tentar aprender coisas e a olhar para outras artes. É envolvente e enriquecedor ao mesmo tempo, além de muito prazeroso.

Você fez sua estreia internacional em novembro do ano passado com 2 shows em Taipei que foram um grande sucesso. Você ficou impressionada com essa recepção fora do Japão? Você deseja continuar se apresentando internacionalmente? Podemos esperar um show na França?

milet: Claro (em francês)! Meu começo foi peculiar por causa da pandemia e, portanto, com as viagens internacionais restritas. Minha estreia em Taipei foi meu primeiro encontro com o público internacional que, durante esse contexto particular, continuou a ouvir as minhas músicas. A minha equipe e eu pudemos sentir essa recepção, e isso me deu vontade de continuar a viajar para o exterior e conhecer pessoas novas. Tentarei continuar a ampliar o meu mundo e o meu universo em 2024.

Quais são seus futuros projetos?


milet: Estou feliz por ter vindo à França. Meu nome, "Milet", vem do fato de que minha família gosta muito do pintor Jean-François Millet, e meus pais deram outros nomes de pintores à minha irmã mais nova e ao meu irmão mais velho; logo, eu estava imersa nesse universo francês. No entanto, eu não falava francês, então estudei um pouco e descobri Jacques Prévert, Paul Éluard, Mallarmé etc. Eu realmente adoro a cultura francesa. Ontem, andei pelas ruas pequenas e estava tão feliz! Ver que há tantas pessoas que gostam, entre outras coisas, de mangás, animes japoneses etc. Eu gostaria de fortalecer e promover a cultura japonesa e alcançar o maior número possível de pessoas na França. Quero, é claro, cantar aqui e na Europa. Existem várias abordagens possíveis através da música e muitas coisas mudam com o tempo, mas, honestamente, desejo divulgar minha música.


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